Achado de 3 mil anos tem relação com várias passagens bíblicas.
Foi destaque semana passa uma descoberta arqueológica na cidade de Beit Shemesh (ou Bete-Semes em português). Citada pela primeira vez no livro de Josué, o lugar ficou mais conhecido por ser parte do Vale de Soreque, onde viveu Sansão.
Um menino de oito anos, chamado Itai Halpern, fazia uma caminhada com sua família no sítio arqueológico (Tel) quando encontrou a cabeça de uma estatueta de Astarote (ou Asserá), divindade pagã dos cananeus.
Neste mesmo Tel, em 2012, foi descoberto o chamado “selo de Sansão”. Com menos de uma polegada de diâmetro, retrata um homem com cabelo comprido lutando contra uma figura felina. Especialistas acreditam que é uma representação da história bíblica de Juízes 14.
A confirmação que o achado do jovem Itai realmente é a cabeça da ‘deusa’ foi feita pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Embora não seja a primeira do tipo, mostra que essas pequenas figuras de mulher eram muito comuns nas casas dos moradores do reino de Judá durante a época do Primeiro Templo.
Curiosamente, esta não é a primeira descoberta arqueológica importante feita por uma criança este ano. Dois meses atrás, o russo Matvei Tcepliaev, de 10 anos, achou um raro sinete de 3 mil anos de idade, em Jerusalém.
Deusa dos Sidônios
O culto a Asserá, conhecida por ser filha de Baal, foi condenado pelos profetas bíblicos repetidas vezes. Ela é chamada de “deusa dos Sidônios” (1 Reis 11:5) e geralmente era representada com seios grandes ou múltiplos, o que a associava à ideia de fertilidade.
No livro de 1 Samuel, Bete-Semes é mencionada como a cidade para onde os filisteus levaram a “arca da aliança”, capturada por eles após uma batalha. O achado arqueológico do menino apenas confirma outras descobertas sobre a vida no território do antigo reino de Judá na época imediatamente anterior ao período do Primeiro Templo, chamada de “Idade do Ferro” pelos estudiosos.
Alon De Groot, um especialista, afirmou ao Jerusalém Post que “figuras como esta, com forma de mulheres nuas que representam a fertilidade, eram comuns nas casas dos moradores da Judéia no século 8 a.C. Possivelmente até a destruição do reino pelos babilônios nos dias de Zedequias (em 586 a.C.)”.
Segundo a história, o rei assírio Senaqueribe invadiu e saqueou Bete-Semes no ano 701 a.C, e sua destruição foi concluída em 86 a.C pelo rei babilônico Nabucodonosor.
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