terça-feira, 22 de março de 2016

Site que vendia orações é fechado após denúncia de fraude

Mais de 125 mil pessoas pagaram pelo serviço falso

Site que vendia orações é fechado após denúncia de fraude

Pedidos de oração são comuns em igrejas. Contudo, uma empresa criou a versão digital de campanhas de intercessão por uma pessoa ou causa. Durante quatro anos, qualquer pessoa que procurasse o Christian Prayer Center [Centro de Oração Cristã], um site com quase 1,3 milhões de seguidores no Facebook, iria “investir” entre 9 e 35 para que pessoas pudessem fazer orações pelos seus pedidos.
Quem visitava esse site – que logo gerou uma versão em espanhol, Oracion Cristiana –  podia ler os testemunhos de líderes religiosos e fiéis de diferentes denominações. Unanimemente eles afirmavam que receberam graças como restauração da saúde ou dinheiro inesperado para pagamentos de contas. Havia histórias até de pessoas que diziam ter sido curadas de câncer!
Segundo Bob Ferguson, procurador-geral do Estado de Washington, onde ficava a sede da empresa que vendia orações, mais de 125.000 pessoas pagaram pelo serviço. De 2011 a 2015, foram mais de 400.000 compras de oração, que gerou mais de 7 milhões de dólares para o bolso do criador do site Benjamin Rogovy.
Fanpage do site fraudulento.
Porém, após seguidas denúncias, as autoridades descobriram que era tudo falso. Os testemunhos eram inventados. As fotografias de clientes satisfeitos foram retiradas de bancos de imagem da internet. O “pastor John Carlson”, que assinava os e-mails semanais, e o “pastor Eric Johnston”, que cuidava da tal rede, nunca existiram.
A promessa aos visitantes do site é que seus pedidos de oração seriam repassados a “milhares” em uma corrente de oração pela Internet.
A mensagem na página da fraude dizia: “As igrejas locais e pequenos grupos de oração sempre foram uma ótima maneira de compartilhar as bênçãos da oração, mas estes métodos são limitados. Temos a capacidade de reunir o verdadeiro poder de milhares de vozes, todos orando pelas mesmas coisas”.
O material afirmava que oferecia conforto especialmente as pessoas que tinham fé, mas não queriam estar ligadas a uma igreja.
Uma das artimanhas dos operadores da fraude foi criar na página de pagamentos (somente por cartão de crédito), uma opção de “bênção continuada”, onde basicamente prometia que as orações em favor do contratante continuariam, desde que ele concordasse com uma pequena taxa mensal.
O procurador Ferguson disse em comunicado: “Eu acredito no poder da oração. O que eu não acredito e não irei tolerar são empresas ilegais que tiram vantagem das pessoas de fé a fim de fazer um dinheirinho rápido.”
O esquema criado por Benjamin foi condenado pela justiça. O dinheiro será devolvido a todos os que foram enganados e requisitaram um reembolso. Para fazer isso, basta responder ao e-mail enviado a todos os que constavam no banco de dados da empresa.
Rogovy está respondendo por outros esquemas fraudulentos on-line. Ele também fundou uma associação religiosa que era gerida pelo falso “pastor Parker Robinson”. Eles vendiam um certificado de ordenação pastoral por US$ 139. Bastava o interessado afirmar que acreditava em um só Deus verdadeiro, aceitava Jesus como seu Salvador, e pedia perdão por seus pecados.
O enquadramento legal de Rogovy foi por violação da Lei de Defesa do Consumidor americana, que proíbe instituições (como igrejas) de fazer afirmações falsas visando arrecadar doações de qualquer espécie.
O site do Christian Prayer Center foi fechado. Em seu lugar foi colocada uma coleção de links para 14 sites de instituições reais que oferecem orações (sem custo) aos interessados. Com informaçõesChristian Today

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