Religioso pregava na mesquita de Al-Aqsa e divulgava discursos no Youtube
O Tribunal de Magistrados de Jerusalém condenou Sheikh Khaled Mughrabi a 11 meses de prisão, com adicional de seis meses de pena suspensa, por incitação de ódio contra judeus. Mughrabi, que foi condenado em três acusações de incitamento ao racismo, rotineiramente praticava discursos religiosos na Mesquita Al-Aqsa, filmava e enviava para o YouTube.
Mughrabi disse, em uma ocasião, que o Holocausto foi resultado da corrupção dos judeus e aconteceu porque eles preparavam “pães especiais” para o feriado de Páscoa sequestrando crianças, colocando-as em um barril cheio de agulhas de modo a usar seu sangue para fazer o pão.” A Honenu, organização de assistência judiciária israelense, alega que o YouTube, apesar de inúmeros pedidos, se recusou a remover de seu site os vídeos de incitamento de Mughrabi.
As acusações se referem a três discursos entregues entre maio e julho de 2015. A acusação afirmou que os discursos incluíam conteúdo e ideias que eram “claramente racistas e antissemitas”.
“Ler as transcrições dos discursos deixa uma impressão desagradável devido à série de mentiras afirmadas pelo réu, que envenenava as mentes de seus ouvintes com declarações de ódio”, escreveu o juiz Ohad Gordon em sua decisão. “Ele ergueu libelos de sangue usados pelos inimigos dos judeus ao longo da história, a fim de prejudicar judeus. O réu também transmitiu seus discursos de ódio para usuários da internet em todo o mundo sob o nome de usuário que representa a Mesquita de Al-Aqsa”.
O juiz Gordon acrescentou que a importância da denúncia de incitamento de Mughrabi é “sublinhada pela realidade atual onde assistimos ataques motivados por este incitamento. Começa com mensagens contra os judeus de modo geral, incluindo acusações distorcidas sobre intenções de ‘tomar’ a Mesquita de Al-Aqsa, e resulta em morte e ferimento de civis inocentes, só por causa de sua filiação religiosa ou nacional”.
“Nestes tempos, quando terroristas abertamente dizem que o incitamento em redes sociais e nas mesquitas desempenham papel importante na motivação de ataques, é importante punir e dissuadir aqueles que abusam da liberdade de expressão no intuito de provocar incitamento desenfreado”, disse um funcionário da Divisão Distrital da Procuradoria do Estado em Jerusalém.
“Parabenizamos a decisão do Tribunal em prender, após repetidas queixas, um xeique muçulmano que por um longo tempo incitou ódio contra judeus”, disse um porta-voz da Honenu. “Infelizmente há muito mais pessoas que incitam contra judeus diariamente, porém nada é feito para detê-los”.
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